30.9.10

COM SAL E PIMENTA

Viagens com sal e pimenta. Cinco continentes vividos com energia. Faltam-lhe 15 países para conhecer todo o mundo. Neste momento está no Uganda. Nuno Lobito é fotógrafo. Vale a pena acompanhar a vida de um homem que faz do mundo a sua casa. No Facebook, os vídeos e as fotos. Todos os dias. Parabéns, Nuno.

29.9.10

PASSEIO


Gustave Caillebotte

Quando os cães passeiam os donos, a distracção de uns, permite a diversão de outros.

28.9.10

CIDADE


Gustave Caillebotte

Vamos perceber por que razão a cidade não se organiza.

27.9.10

FORA DA ESSÊNCIA


Tarefas impermanentes. Lugares diferentes. Pessoas que cruzam as ruas cheias de afazeres incompletos.

26.9.10

DESERTO URGENTE

Deserto. Quando os ouvimos queremos ficar no deserto, perto da areia e do vento e do sol e da secura e da vontade de correr. Quando colocamos a mão no botão do televisor e ele se acende. Quando as notícias indiciam desgraça. Deserto. Fechar os olhos e enterrar a cabeça na areia de um deserto urgente. Fingir que nada se passa porque, de facto, nada se passa quando se descobre a impotência. Deserto. O melhor lugar para permanecer. Vamos todos buscar água e dormir em cima do nada.

24.9.10

LONGE DAQUI

Qualquer dia vou-me embora do lugar onde não quero estar. Tenho papéis demais em cima de mim. Começo a pertencer ao grupo dos que fazem tudo com cara feia. Não quero. Qualquer dia passo os pés para o outro lado da estrada e levo o corpo comigo. Porque o dia do caminho está próximo. Acredito.

23.9.10

DEPOIS DA PARAGEM

Depois da paragem o espanto de quem não se riu. A mudança passou ao lado e o corpo ficou na cadeira ao pé da janela. A árvore está na mesma, julga-se. Porque todos os dias a olhamos postos numa permanência irritante.

22.9.10

COISA COMPLICADA

Paragem é coisa complicada. Faz com que fiquemos imunes à mudança, indiferentes ao mundo e quietos demais para podermos existir. Sobrevivemos porque o pão não faltou e porque vestimos a mesma roupa todos os dias.

17.9.10

LÁ VOU EU




Amanhã lá vou eu. Workshop do riso, subida de balão e Vera Mantero à noite. Depois, uns copos e boas conversas no Ponto de Encontro. Melhor programa? Não me parece!

13.9.10

INÍCIO


Artur Bual

De Ano Lectivo, de dias com apitos e escadas e portas e computadores e pessoas e avisos e prazos e papéis e entradas e saídas e cursos e aulas e cartas e justificações e conversas e cafés e copos de água e todo o contentamento necessário a uma urgente sobrevivência profissional.

11.9.10

CRENÇAS GRANDES EM GENTE PEQUENA


Ana Vidigal

Quando eu era pequena acreditava numa certa imortalidade. Porque a percepção do tempo era outra, a ideia da vida era outra, a consciência de mim era outra e tudo ainda estava por descobrir. Quando eu era pequena acreditava. Exactamente porque era pequena.

10.9.10

AVISOS DO CORPO


Quando o corpo dá sinais. Está pesado e anda em cima das pernas direitas e lentas. Quando o corpo nos avisa que existe. Nem sempre é sinal de saúde e isso irrita-me.

6.9.10

ÀS VOLTAS


Ana Vidigal

Ando à volta dos papéis que ainda não me entregaram.

1.9.10

REGRESSO


Ana Vidigal

Chegar a casa. A minha casa. Fechada. Quente. Sem a vida de todos os dias. Chegar a casa. A minha casa. Escura. Sem o grito, sem o riso, sem o som. Só o silêncio dos dias que não se viveram aqui, na minha casa fechada, quente e escura. Agora há luz, passos, ruídos e tanto silêncio quanto é preciso para um regresso cheio de esperas.