25.1.11

PEDRAS PESADAS


A mochila está pesada. Os pés estão cansados. As palavras estão no fundo, debaixo das pedras duras e frias.

19.1.11

NADA GIRA


Banco ocupado, roda que não gira, bicicleta que não anda, pés que não pisam, ideias que não há, imagens que não surgem e uma preguiça igual à do nevoeiro que já desapareceu mas do qual tenho saudades.

8.1.11

SEM PIPOCAS

Parece que há bons filmes para ver este fim-de-semana. Não consigo escrever e ver filmes ao mesmo tempo. Vou-me embora com o desejo da tela e do escuro. Sem pipocas.

7.1.11

DIAS DIFÍCEIS

Quando a chuva importuna, os lençóis convidam ao aconchego quente e seco. Há dias que passam e os comboios existem demais. Há horas molhadas de desconforto e dores que permanecem ali, antes de saltar para a carruagem. As pernas querem adormecer depressa dentro dos lençóis e os comboios vão-se embora. Ainda bem.

5.1.11

O QUE IMPORTA

Gerir horas com sabedoria é como sentar a uma mesa de costas direitas. O esforço de cada músculo compara-se ao encanto de cada minuto mastigado com a inteligência de um tempo vivido ao minuto. O orçamento emagrece por causa de senhores mal intencionados e com passado sujo. Que fique a atitude de quem percebe que, vivendo com menos, se vive. É isso que importa.

2.1.11

SAUDADE DAS CONSOANTES MUDAS


Não sei como escrever em 2011. Custa-me tirar o ´c´ ao ator e o ´p´ à exceção. Preciso de tempo para me habituar porque tenho dúvidas e não consigo raciocinar sem consoantes mudas.