30.12.13

Seis anos

Aniversário de um blogue que tem tido muitas caras e muitos corpos. Começou aqui.

Bo Bartlett

27.12.13

Quase nada

Temperatura para escrever palavras. 
Corpo para sentir. 
Hoje, o dia perfeito para quase nada. 
O vento faz o barulho de parar aqui.

20.12.13

Dobras e gritos (53)

Sei sentir-me parada, com os dedos postos em outras tarefas. A escrita tem ficado fora de mim, como se algum degrau me impedisse de continuar, como se uma corrida ainda não tivesse começado. É preciso tempo para destravar o que emperra. A vida às vezes emperra. Vou buscar óleo.

8.12.13

Não está

Andrew Wyeth



















É embaraçoso não ter conteúdo, não encontrar as palavras e ter as mãos presas. É embaraçoso o momento do não ser. 
É  embaraçosa a vida, quando nela não colocamos. Este blogue parece moribundo, mas não está.

1.9.13

Onde me sento


É mais fácil brincar com as certezas do que com as dúvidas. As primeiras dão-nos um sofá, as segundas, uma cadeira de baloiço. Depois olha-se para a parede. Do sofá vemos o branco, da cadeira que baloiça avistamos todas as cores.

29.8.13

Em cima de nada

Foto minha


O silêncio fazia parte de uma paisagem de isolamento. Quase não se sentia gente, todos estavam em silêncio. Os pastéis da manhã tinham estado num forno lento e o café não aquecia a vontade de ficar. Tinha feito uma estrada perigosa. Depois de uma noite onde a lua iluminava os grilos, levantou-se com o medo da estrada cheia do pó pisado pelos tractores. Não tinha mais que bagagem pequena. Fugiu com quatro frascos de compota e duas garrafas de licor.

15.7.13

Vida pouca

Foto minha






















Para quem me lê e já não me conhece, acredito que não entenda, que não retire daqui mais que palavras cheias de vento. Não é por causa do vento nem das palavras, é por causa do vazio que existe quando as pessoas se separam. E há separações muito boas, as que acontecem quando a vida já é pouca.