22.5.10

TENHO UM AMIGO LONGE


Tenho um amigo longe. É diferente de mim. Os afectos desenvolvem-se sem corpo. Quando toco nas teclas acontecem palavras. O meu amigo está lá, à espera que as linhas se construam devagar, junto às ideias contrárias. Tenho um amigo que, do outro lado, me ensina a pensar. É preciso ausência para entender as dúvidas.
O meu amigo não me vê mas percebe quando me vou embora e fica em silêncio. Um dia desapareceu para se encontrar com a vida. Talvez tivesse percebido que as linhas começavam a ser curtas.
Sei onde ele está. Percebo os sentimentos dos que ficam longe para poderem respirar. Voltará quando a vida lhe disser tudo o que procura entender. Perto do mar!

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