Objetos novos são coisas que
parecem não existir, precisam do tempo e da experiência. Quando ganham a vida que
lhes passa por cima, tornam-se coisas reais, capazes de um diálogo mudo que
enriquece quem os usa.
28.5.13
27.5.13
Verde com orelhas
Quando o corpo se instala no
verde com orelhas, a realidade parece mais macia, como se todos os olhos do
mundo pudessem fechar-se para entender o silêncio do lugar escolhido e pago com
os dias de trabalho feito. O verde com orelhas é um sofá sem história, ainda.
Quando os dias e as noites lhe preencherem o forro e a estrutura, o verde
ficará da cor que se quiser, basta que a imaginação ganhe pernas e braços.
23.5.13
Nadar para o alto
Colei muitos papelinhos atrás da
porta, cada um tem uma frase. Cá em casa há mais quem cole escritos em papéis,
para que se vejam à entrada e à saída. Atrás da porta estão os propósitos e as
metas. Começar o caminho com um passo, depois ir andando, ao ritmo das vontades
e das promessas feitas debaixo da água que nos leva a nadar para o alto.
22.5.13
Ecos ou fantasmas
Se houvesse realidade objetiva,
firme e imutável, não haveria mal entendidos, conflitos e zangas. Talvez não estejamos
preparados para usar as palavras certas. As palavras que dizemos são eco em
nós, nos outros os ecos podem transformar-se em fantasmas. Problema? Não.
Pormenor a que não se dá atenção, ocupados que andamos com o mundo que é o nosso.
21.5.13
Perigosos e viciantes somos nós
Há algum tempo que me enrolei
numa rede social. Por causa de uma filha que queria, por causa dos amigos, por causa de mim, essencialmente por causa de mim, porque isto de
autossabotar o raciocínio é comum mas não é saudável. Pronto, fui eu que decidi
aderir ao facebook, e foi uma mudança que não se qualifica nem quantifica, foi
apenas uma mudança. Deixando fora julgamentos e contra pesos, o facebook é uma
ferramenta que pode ser mal ou bem usada. Dizem por aí que é perigoso e
viciante mas eu acredito que perigosos e viciantes somos nós. É como os
chocolates, não fazem mal nenhum, somos nós que os usamos mal quando decidimos
entupir-nos de calorias sem medida. As redes sociais são ferramentas para usar
com o mesmo discernimento com que se usam chocolates, bebidas alcoólicas e outros
prazeres que podem causar intoxicação quando o descontrolo acontece e é nossa a
responsabilidade.
Quem considera o facebook uma
coisa má, deve evitá-lo, porque usar e dizer que é mau não me parece coerente.
Penso-o como uma forma de partilha, uma forma de saber que músicas se ouvem,
que lugares se visitam, que peças de teatro são boas, que fadistas cantam em Alfama,
que praias têm bandeira azul e que filmes estão no King. É uma outra forma de amar à distância, a possibilidade de um mimo virtual que se
prolonga para o dia seguinte. Ali estamos próximos porque
trocamos interesses, e o entusiasmo da troca não precisa sempre do corpo. Para
os que escolhem ter "amigos" que não conhecem e mostram fotografias
da família, dizendo o que se come lá em casa, diria que o facebook é um diário
público. Nada contra, nem a favor, afinal cada um usa a faca que quer para cortar
o bife que escolheu comer.
Perigosos e viciantes somos nós
quando, ao invés de controlarmos comportamentos menos positivos, arranjamos
desculpas bem longe. Há algum tempo que me enrolei numa rede social, já a usei
de muitas formas diferentes e é essa riqueza de erros e acertos que me faz,
hoje, pensar naquele lugar como uma forma de entender e dar a entender as
coisas que se interpretam.
20.5.13
Coisas que eu cá penso
Temos,
por hábito, repetir comportamentos e esperar resultados diferentes. Podemos
descobrir um dia que o hábito pode ser a chave do jogo. Mudando a chave,
muda-se o jogo, mudando o jogo, mudam-se as metas, metas diferentes escorregam
em resultados distintos.
Podemos até considerar que "palavras leva-as o
vento", pois leva, se não as usarmos correctamente.
19.5.13
Peça na engrenagem
Você faz
parte do sistema, contribui, pode inventar. Você é uma peça na engrenagem,
ponha-se a funcionar, antes que a máquina encrave e você fique cheio de
ferrugem paralisante e suja.
18.5.13
Fora do quadrado
O medo
mau é um quadrado denso que te puxa e te esmaga. Não deixes que ele te absorva. A atenção deve focar-se no que nos empurra para a
leveza. Coisas densas atropelam a consciência.
17.5.13
Caminho
A grande questão quando se inicia um caminho é a de saber se nos acompanham. A nossa companhia é a primeira. E os pés avançam ao ritmo dos pensamentos.
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