26.9.12

Sem fios

Era uma vez uma marioneta descontente. As mãos que a comandavam não estavam à altura dos seus movimentos porque eram pouco sábias. Com todo o instinto da força posto em gestos descoordenados e feios, a marioneta fazia o que os donos das mãos queriam que fizesse. Um dia, consciente de um comando incompetente, cortou os fios com os dentes e percebeu que, sozinha, podia resistir. Acordou com a leveza das decisões difíceis e o descontentamento transformou-se em grito dobrado e aceso.

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