8.3.09

28 - FRANCISCO DE GOYA



Goya iniciou a sua aprendizagem como pintor em 1759, aos treze anos, com Don José Luzan y Martinez. Como era costume na época, começou por fazer cópias de pinturas de vários mestres. Aos dezassete anos foi para Madrid, onde tentou, por duas vezes, entrar para a Academia de Belas Artes, sendo rejeitado em ambas as tentativas. Os biógrafos atribuem a Goya todo o tipo de aventuras nos anos que se seguiram, como a de ter-se tornado toureiro em Roma e ter-se envolvido em inúmeras aventuras amorosas.
No final de 1771, inscreveu-se no concurso da Academia de Belas Artes de Parma, recebendo uma menção honrosa e a sua primeira encomenda: o fresco na Igreja Nossa Senhora do Pilar, em Saragoça. A partir de então, seguiram-se encomendas para o Palácio de Sobradiel e o Monastério Aula Dei. Entre os anos de 1773 e 1774 foram executadas, provavelmente, as últimas pinturas desse período em que esteve em Saragoça.

Goya casou com Josefa Bayeu, irmã dos artistas Francisco e Ramon Bayeu. Enquanto esteve em Madrid, trabalhou para várias fábricas, fazendo desenhos para tapeçarias. São desse período os desenhos que ganharam fama, com reprodução de cenas folclóricas e de paisagens. Contudo, ele não era um artista interessado em paisagens e o fundo de suas obras mostra o pouco interesse que tinha por elas.
Depois de estabelecido em Madrid, começou a pintar retratos. O mais antigo que se conhece data de 1774.
No ano de
1780, entrou para a Academia de San Fernando e apresentou a obra "La Crucificada". Nessa pintura, Goya seguiu as regras académicas, provando que era um mestre do estilo convencional. Em 1785, começou a receber encomendas da aristocracia. Foi nomeado "Primeiro Pintor da Câmara do Rei", tornando-se o pintor oficial do monarca e da sua família.

Em 1792, numa viagem a Andaluzia, contraiu uma doença séria e desconhecida, ficando temporariamente paralítico, parcialmente cego e totalmente surdo. A alegria desapareceu lentamente das suas pinturas, as cores tornaram-se mais escuras e o seu modo de pintar ficou mais livre e expressivo. Parcialmente recuperado, regressou a Madrid no verão de 1793 e continuou a trabalhar como artista da Corte. Buscou então outras inspirações para expressar a sua fantasia e invenção sem limites.Entre 1810 e 1814, produziu a famosa série de pinturas "Los Desastres de la Guerra"; "El Segundo de Mayo 1808" e "El Tercero de Mayo 1808". Nestas obras demonstrou um uso de cores extremamente poderoso e expressivo. Pela primeira vez, a guerra foi descrita como fútil e sem glória, e pela primeira vez não havia heróis, somente assassinos e mortos.
Em 1821, a Inquisição abriu um processo contra Goya por considerar obscenas as suas "Majas", mas o pintor conseguiu livrar-se, sendo-lhe restituída a função de "Primeiro Pintor da Câmara".

Durante a última parte da sua vida, Goya cobriu as paredes da sua Quinta del Sordo com as famosas "pinturas negras", as últimas e mais misteriosas de seu génio atormentado, como "Saturno devorando a un hijo" que se encontra, actualmente ,no Museu do Prado. Esta pintura constitui uma referência aos conflitos internos de Espanha, durante o reinado absolutista de Fernando VII, mas será também um reflexo da degradação da sua saúde física e mental.
Em
1824, Goya exilou-se em Bordeaux, vindo a morrer quatro anos depois.

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