Homer
Eu não tenho opiniões. Eu não quero ter opiniões. Eu quero ter corpo e mãos e pés e braços e pernas e entendimento. As opiniões impedem-me de ter corpo e mãos e braços e pernas e entendimento. As noites põem a música mais nítida e as opiniões impedem o corpo de agir, as mãos de fazer, as pernas de andar, o entendimento de criar.
Que se eleve a forma ao momento da transcendência do corpo, muito longe das nojentas frases opinativas. Operam em mim sensação de arrepio, as opiniões que não dizem mais que nada. Escrever opiniões é dizer coisa nenhuma. Quem se interessa pelo que eu julgo? Quem quer ler as minhas opiniões? Quem se debruça para papéis incertos?
Eu quero o corpo e os braços e as pernas e os olhos que vêem, eu não quero peganhentas opiniões.
Há vida no entendimento da criação, a que o sofrimento ou o prazer arrancam à alma. Há vida nas coisas criadas depois dos gritos e dos arrepios, quando a elevação acontece. As opiniões não surgem de gritos nem de arrepios, nem de frio nem de calor, aparecem do vazio sem corpo e sem prazer. As ideias são outra coisa, são o berro de um espírito ocupado com prazer e dor, com corrida e desmaio, com quente e frio.
Que fiquem longe juízos opinativos que uso para preencher folhas em branco, para usar de falsa atenção e inteligência construída sem critério. Que se guardem opiniões para os dias de semana que são domingos, longos e chatos, cheios de corridas sem regresso e passeios sem olhares. Que fiquem, os sons, longe de mim, para os poder ouvir com maior intensidade.
Eu não quero ter opiniões, mas tenho-as. Perseguem-me, viscosas como a baba de camelo que tem sabor a leite condensado. Odeio leite condensado. Odeio as minhas opiniões, andam atrás de mim sem que as consiga colocar em frente dos pés, como uma bola que se chuta para longe. Assiste-se ao seu caminho para trás das árvores, esconde-se mas não desaparece…como as minhas opiniões.
Que se eleve a forma ao momento da transcendência do corpo, muito longe das nojentas frases opinativas. Operam em mim sensação de arrepio, as opiniões que não dizem mais que nada. Escrever opiniões é dizer coisa nenhuma. Quem se interessa pelo que eu julgo? Quem quer ler as minhas opiniões? Quem se debruça para papéis incertos?
Eu quero o corpo e os braços e as pernas e os olhos que vêem, eu não quero peganhentas opiniões.
Há vida no entendimento da criação, a que o sofrimento ou o prazer arrancam à alma. Há vida nas coisas criadas depois dos gritos e dos arrepios, quando a elevação acontece. As opiniões não surgem de gritos nem de arrepios, nem de frio nem de calor, aparecem do vazio sem corpo e sem prazer. As ideias são outra coisa, são o berro de um espírito ocupado com prazer e dor, com corrida e desmaio, com quente e frio.
Que fiquem longe juízos opinativos que uso para preencher folhas em branco, para usar de falsa atenção e inteligência construída sem critério. Que se guardem opiniões para os dias de semana que são domingos, longos e chatos, cheios de corridas sem regresso e passeios sem olhares. Que fiquem, os sons, longe de mim, para os poder ouvir com maior intensidade.
Eu não quero ter opiniões, mas tenho-as. Perseguem-me, viscosas como a baba de camelo que tem sabor a leite condensado. Odeio leite condensado. Odeio as minhas opiniões, andam atrás de mim sem que as consiga colocar em frente dos pés, como uma bola que se chuta para longe. Assiste-se ao seu caminho para trás das árvores, esconde-se mas não desaparece…como as minhas opiniões.
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