14.4.10

DESCER DE PÁRA-QUEDAS

Ontem encontrei uma velha amiga na aula de Yoga. Contou-me que, um pára-quedista, estava apaixonado por ela. Ouvi-a com muita atenção e dei-lhe todas as respostas.


A Luísa sempre foi serena. Quando pensou em casar-se com o Pedro, convidou-me para madrinha. Dizia que era original ter uma amiga madrinha. Aceitei porque sabia que ela casaria com o Pedro. Como quando me pediu que a levasse ao aeroporto a meio da noite para esperar a família que vinha de férias. Que gira. Disse-lhe que sim porque sabia que saltaria da cama a meio da noite para qualquer coisa, muito mais para esperar quem vem de viagem.


A Luísa tem ideias, muitas ideias que põe em prática. Imagina que nada se desenrola sem a sua presença e depois inventa que tem de estar lá, para que o mundo aconteça.


O problema da Luísa é esse: estar presente. Um dia descobre que a vida pode acontecer sem ela e sente um alívio, a somar aos que encontra no virar da esquina que dobra serena. A Luísa anda sempre serena porque pensa que é assim que as pessoas vivem felizes.


Corre atrás da realidade e, qualquer dia, é vê-la a descer de pára-quedas, em vez de subir, como as pessoas iguais à Teresa. Não me admirava.

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