Há
alturas em que paramos. Chegamos ao limite. Depois de vivermos os dias
com o sangue todo e percorrermos caminhos nunca pensados. Há alturas em
que fechamos os olhos e percebemos que não somos nós. Ou que somos.
Respiramos fundo e avançamos, acreditando que caminhos desconhecidos
podem ser descobertos. Chegamos a uma espécie de muro alto e firme que
olha para nós e diz: senta-te.
As pernas tremem e ficamos a olhar para uma parede que é espelho, que nos acolhe com necessidade e urgência.
As pernas tremem e ficamos a olhar para uma parede que é espelho, que nos acolhe com necessidade e urgência.
A consciência do limite vem depois do excesso, depois do cansaço, depois da dúvida, depois do espanto.
Avançamos enrolados no excesso, no cansaço, na dúvida e no espanto e batemos com a alma contra a parede e o corpo contra a alma, ou ficamos quietos para podermos encontrar a alma dentro de um corpo que quer paz?
Há alturas em que paramos porque se acende o sinal de urgência e de encontro. O caminho espera para ser percorrido mas, só depois de desembrulharmos o excesso, o cansaço, a dúvida e todo o espanto que um espelho pode oferecer.
4 comentários:
Muito bom! Às vezes é preciso não ter medo da limitação e viver à procura de um encontro pacífico com a alma.
Lindo.
O espelho é o nosso inimigo.Beijos
Marina: Às vezes é urgente.
Obrigada, LN.
Henrique: o espelho pode ser o nosso inimigo e ainda bem. Sinal de que o conhecemos e o olhamos para podermos, com ele, resolver divergências.
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