Boa música, boas companhias, bons vinhos,
forte saúde, doces encontros, paz redonda e ano inteiro de
contentamento. Feliz 2013 para todos!
31.12.12
24.12.12
21.12.12
Natal Contente
Pollock |
Difícil escrever sobre os
bolos que se comem, os temperos que se põem, o papel dos rebuçados, a canela do
arroz-doce, o açúcar das filhós, os sapatos de ir à missa, os casacos de sair à
noite, as luzes que piscam, os chocolates que derretem, a lareira que crepita e
as vozes que se ouvem. Difícil escrever sobre as datas marcadas porque, por
serem marcadas, não permitem improviso. Difícil dizer por palavras não gastas,
aquilo que as gastas já disseram.
20.12.12
Dúvidas
Acaba o ano, acaba o
blogue. Acaba o ano, renova-se o blogue. Acaba o ano, continua o blogue. A
Dobra do Grito está com dúvidas.
15.12.12
14.12.12
Ainda a cortar certezas à faca
A Dona Casimira tinha na
alma a desilusão e vivia porque respirava. Foi por isso que inventou o lugar das
águas, foi por isso que deixou invadir-se por possibilidades, foi por isso que
não conseguiu cortar certezas à faca e desistiu do caminho por causa de um
terramoto. A vida da D. Casimira foi sempre assim: um lugar que não visitou e
um tremor por ter existido.
13.12.12
Cortar certezas à faca
A D. Casimira vivia numa
aldeia interior, uma espécie de espaço visitado só por uma pessoa. Era um lugar
quente onde as dúvidas vagueavam entre as águas de um oceano imaginado. A D.
Casimira tinha, em cima da mesa, todas as certezas que queria cortar à faca. Um
dia houve um terramoto e ela perdeu as certezas e a faca. Continuou no lugar
solitário, cheio de possibilidades, e isso deixou-a tão insegura que decidiu
abandonar as águas.
4.12.12
As pernas longas da ideia
Tiago Taron |
Andar
às voltas com uma ideia que te persegue é cansativo. A ideia tem pernas
longas e tu, cansada, foges sem saber porquê. O medo faz com que te negues e não engulas
aquela coisa nova que, todos os dias, te diz para ires por caminhos que nunca
pisaste.
Continuas cansada, sem fome de coisas que te persigam, à espera que o
tempo te dê uma resposta. Não vai dar. Que as pernas longas da ideia te levem. Depressa.
3.12.12
Natal de abraços
Foto minha |
O Natal este ano pode ser
bem mais frio, frio por dentro dos desejos. As esperanças arrefecem e os portugueses
contentam-se com o que lhes é permitido adquirir, pouco mais que um saco
ligeiro de presentes adiados. As lojas recheiam prateleiras que vão ficar com
quase tudo, porque as parcas carteiras restam no fundo de malas antigas, as que
se compraram com o contentamento que fugiu.
O Pai Natal continua a abrilhantar
a época, coitado, está sempre velho e com o cansaço herdado das desilusões
acumuladas ao longo de décadas. Que fique o sentimento da partilha, da
solidariedade, do convívio familiar que ultrapassa e se eleva para longe das
compras impossíveis. Que reste o espírito, a atitude e a vontade de festejar
perto dos que precisam do calor de um abraço, livre de sacos e laços.
2.12.12
Lisboa, tarde fria
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