29.9.11

HÁBITO

O hábito é tão castrador que nos empurra para uma aflição imensa quando deixa de existir. Precisamos da segurança do hábito e vivemos nessa ilusão. O tempo traz consigo o claro e o escuro, o dia e a noite. 
Todas as horas permitem a contagem dos cabelos brancos e das rugas. Se o tempo não fosse construção colectiva, se fosse possível não entender mais que o sol e a lua, a minha idade era apenas nenhuma. 
A lucidez é muito mais complexa que a ignorância e a possibilidade de parar o tempo na minha consciência pode transportar-me até ao nível das pedras que têm tempo dentro delas mas não sabem.

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