Teve dúvidas e não agiu. Era
importante o silêncio que vinha de alguma sabedoria acumulada nas articulações gastas
pelo tempo. Ouviu depois de se ter ouvido e pensou que, primordiais, são as
coisas que nos afetam. A certeza de que o silêncio era a melhor companhia.
Sabia-os ávidos de palavras, com o desejo na ponta da língua para que as frases
soltassem gritos e raivas. Sabia-os prontos porque os sentia inquietos.
Aquietou-se e não teve as dúvidas do início. Percebeu que não se fazem perguntas
aos que não têm respostas nem se pedem respostas aos que não sabem formular
perguntas. Contemplou a cor das flores. Respiração pequena transformou-se e
transformou-a. Porque o silêncio é sempre a melhor cadeira quando o cansaço nos
invade.
1 comentário:
Belo:)
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