A
incapacidade de olhar para trás dos próprios ombros, para além dos próprios olhos
e para depois do próprio mundo, sempre me causou aflição. Encerrados na verdade
rugosa que a pouca vida lhes ofereceu, os estúpidos são os que encarnam a
sabedoria de plástico e a consideram universal, impõem-na como única, e
vivem-na como exclusiva. Longe da sabedoria dos ignorantes, dos que reconhecem
a necessidade e a importância do saber, os estúpidos param no tempo das
certezas que agarram com força, por causa da insegurança do corpo e da alma que
os atormenta até às entranhas.
Não
fosse, a estupidez, mais perigosa que um terramoto, e era bonito sentá-los em frente a si mesmos, fazer-lhes um teste sobre si próprios e ensinar-lhes
que o mundo é muito maior do que imaginam. O problema é que não se sentam, não
se olham e não se conseguem ensinar. O estúpido não colabora, persiste no erro
encarado como certo porque pensa que o certo é apenas ele mesmo.
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