9.2.09

QUANDO OS OLHOS ESTIVEREM PRONTOS


Têm a distância e o tempo. Trocam mensagens por via de uma caixa de correio virtual que existe em lugares unidos por fio comum: A Arte e a Cidade. A primeira é dela, posta entre palavras. A segunda é dele, vivida entre momentos com piano e cinema.Conhecem espaços construídos com os dedos e com o pensamento. Lugares de visita e contemplação. Têm a companhia de outros eus que constroem em blogues individuais. Conhecem o tempo da imagem e a textura das ideias. Combinam trocas. Investigam pessoas que já morreram. Ouvem compositores desaparecidos mas presentes.
Num dia em que a chuva desabou sobre Lisboa, ela recebeu um e-mail:
- Sei-a capaz de escrever sobre formas geométricas e movimentos contínuos. Ilusões e amores desmedidos, visões mais ou menos científicas da realidade inventada pelos olhos. Publique. Eu republicarei com o seu nome.
- Sei-o capaz de escrever sobre o amor na cidade. Publique.
- Dê-me um nome.
- Luísa.
Os dois, entre a distância e o tempo. As mensagens, entre a ausência e a espera. Em dois blogues, as histórias de amor inventado e de insistentes movimentos.
Cruzam-se duas cidades da Europa. As pessoas não se conhecem. As palavras não adormecem.

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