17.4.10

DE CADA VEZ


Luísa conhece Teresa desde o tempo das fraldas. Cresceram no mesmo infantário e foram para a escola juntas. Luísa é o tipo de mulher que se isola para ler. As coisas têm de ser feitas uma de cada vez, pensa.
Quando se sobem escadas e se percorrem ruas, não há conversa. Conversar enquanto se anda é desperdício de tempo, nem se entende o que se fala, nem se olha para o que passa. Não. Definitivamente, as coisas precisam de separação para que Luísa as mastigue.

O mar está lá para que o sinta de perto, o livro existe para que o agarre com os olhos, as pernas percorrem caminhos para que os entenda. Não pode existir clareza em nenhuma ideia se a misturarmos com o corpo.

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