31.1.08

NINGUÉM


Considerei sentir e observar, nas ruas da minha cidade, a pressa e o tempo que passa sem que as pessoas se apercebam do que verdadeiramente acontece. Sentei-me quieta num terminal de metropolitano. Permaneci meia hora em silêncio. Atenta. Senti muita gente confusa, algumas pessoas tristes, outras que se riam da vida e muitas com ânsia de chegar. Fiquei quieta e, a quem me via, sorria com um aceno como se lhes dissesse: calma, a tua respiração está aí e os teus pés existem, vive com eles no chão, mas não te esqueças que amanhã podes não ter essa força ou essa pressa. De nada valeu o olhar atento. Os outros continuaram o caminho. Eu vim embora depois de perceber que ninguém me ouvia os pensamentos.

1 comentário:

Anónimo disse...

não fazia ideia que júlio resende fosse de penafiel. adorei ver este quadro. bom dia.

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