4.3.11

ABISMOS INSANOS

A mania de escrever o que não existe em cima do que acontece leva, algumas vezes, ao abismo insano. Há amores que se adiam. Há uma lição que nos é dada pela pessoa que será, talvez, a mais sensata numa das obras de Proust, uma certa Mme Leroi, à qual, quando lhe é pedida a sua visão sobre o amor, responde: “Amor? Faço-o muitas vezes, mas nunca falo sobre o assunto”. Talvez seja esse o erro, o de se querer falar sobre um assunto que não sustem as palavras. Persiste-se em erros e mantêm-se recusas. Olha-se para a parede branca. Supõe-se que estão lá letras azuis e fica-se com os olhos fixos em frases que não existem.

3 comentários:

-pirata-vermelho- disse...

Nunca m'enganou...

ainda bem que sabe!

-pirata-vermelho- disse...

Ainda bem que sabe que há pouco a dizer vista a simplicidade da coisa. De facto, é de fazer... podendo todavia ser falado, como se fala de um passeio à aldeia ou de um salto de páraquedas ou de uma cheia.

Anónimo disse...

Absolutamente de acordo. Obrigada por me ter tirado da dúvida quanto ao primeiro comentário :)

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