21.1.08

A CAIXA


(Pollock)

Se queremos entender o sentido de tudo isto, talvez seja mais fácil por analogia. Imaginando que somos todos uma espécie de caixa de cartão, podemos decorá-la a gosto. Como diz uma querida amiga: "dá sempre imenso arranjo". Pegamos na caixa e, vamos formando o conteúdo aos poucos, sempre que os dias passarem e as memórias persistirem. A caixa é nossa, colocamos nela as pessoas, as coisas, as experiências, tudo o que considerarmos relevante para que, lá dentro, se possa formar a nossa genuína auto-imagem, o chamado "self" de que falou Rogers. Depois, sabemos que é daquela caixa que temos de cuidar. Abrir-lhe a tampa algumas vezes, mexer-lhe dentro sempre que há urgência ou necessidade, fazer uma limpeza, voltar a fechá-la nos momentos de maior fragilidade. Um dia, quando o comentário à vida chegar, sabemos que a nossa história está ali, sempre disponível. Basta ir lá buscá-la.

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