No dia em que ela afirmou a liberdade, ele entendeu o sentido de tudo. Viver sem cadeado. Um amor sem corrente e com a costura precisa para o entendimento. Aquele amor sem cancela que os dois entendem como coisa feita de propósito para se voar. Não há perguntas porque as respostas lhes antecedem, sem medo nem punição. Não há confronto nem cobrança e a verdade é a coisa dita com mais frequência.
Fazem da vida, material de conhecimento, da cama, lugar de combate; da mesa fazem lugar de palavras e da estrada lugar de procura. Entendem a existência como coisa individual, tempo de estar consigo para poder estar com o outro. Nas noites em que, longe, sentem o desejo perto, telefonam para o transformar em corpo. Quando os olhos se vêem, tudo o que viveram sozinhos é motivo de troca, de riso e de contentamento.
Não querem saber se é casamento, namoro, encontro ou outra qualquer designação definidora de coisa superior. Isso. Coisa superior, vivida sem a limitação do outro, sem juízo de valor ou pergunta pateta. Coisa que, apenas quem ama em estado adulto consegue viver.
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