20.4.12

Sucessão de momentos

Tiago Taron

















“O tempo parece escoar-se. O mundo acontece, prolonga-se numa sucessão de momentos e nós detemo-nos a olhar uma aranha espalmada contra a sua teia. Há na luz um fulgor que leva a que os objetos nos pareçam recortados com precisão, enquanto faixas brilhantes percorrem a baía. Sabemos melhor quem somos num dia de intensa claridade, depois de um temporal, quando o sentimento de si trespassa todas as folhas que caem, mesmo as mais pequenas. O vento remoreja entre os pinheiros e o mundo adquire uma existência irreversível e a aranha agarra-se à teia que o vento faz baloiçar.”

O Corpo enquanto arte; Don DeLillo

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