Tiago Taron |
“O tempo parece escoar-se. O mundo acontece,
prolonga-se numa sucessão de momentos e nós detemo-nos a olhar uma aranha
espalmada contra a sua teia. Há na luz um fulgor que leva a que os objetos nos
pareçam recortados com precisão, enquanto faixas brilhantes percorrem a baía.
Sabemos melhor quem somos num dia de intensa claridade, depois de um temporal,
quando o sentimento de si trespassa todas as folhas que caem, mesmo as mais
pequenas. O vento remoreja entre os pinheiros e o mundo adquire uma existência
irreversível e a aranha agarra-se à teia que o vento faz baloiçar.”
O Corpo
enquanto arte; Don DeLillo
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