a sonoridade azul despe-me da seda selvagem onde me envolvo. alastro-me no rio leitoso das palavras molhadas no som do teu piano e os fios do timbre dedilham-me o corpo. vazei o medo no cálice do meu punho. permaneço indiferente à plateia que não vejo. pressinto-a. uma verticalidade de sonho integra-me. misteriosa. deslizo no teu palco de ilusões. serei musa no teu peito. inatingível. gritante. serei puta no teu leito. serei assombro e amante. serei tudo o que quiseres quando me olhas. fascínio. diva das noites do sul. sopro de vento em delírio. nesta calmaria aparente serei mulher. mas diferente. longínqua do teu domínio. clama pela imaginação a minha voz que te estremece. sente no sangue que corre as histórias dos teus amores. abraça de volta a loucura. lambe as lágrimas. solta as dores. repara como eu mudo a cada improvisação. sou a tua voz num palco. sou a arte. serenata. sou a tua alma insensata. sou o teu mundo com uma rosa na mão.
Titeo - Entre o sol e as Brumas
Titeo - Entre o sol e as Brumas
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