Era uma vez uma mulher. Tinha nas mãos o abandono e nas pernas a vida toda. Enquanto falava, usava a mão esquerda e tinha nas pernas a inquietude. A mão direita servia para guardar o barulho do telemóvel e o silêncio das chaves de casa. Era uma mulher contente porque pensava que podia engolir a vida. Percebeu que a vida se engole, que as mãos agarram quando querem, e que as pernas levam a vontade muito longe. Um dia perdeu as chaves de casa, pegou no telemóvel para pedir ajuda e encontrou-a muito perto.
2 comentários:
Eis a "chave"! ;)
:))
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