29.11.11

Caminho de regresso

Foto de uma sombra que sou eu













Corri para a mesa do restaurante e paguei a conta. Entrei no caminho de regresso e fiz a estrada em duas horas de chuva e vento. O dia não tinha acabado e a noite não acontecia. A água descia do céu à terra e o tempo transportava-me para fora da minha consciência. Uma réstia de lucidez levava-me a pôr o pé direito no acelerador. 

Depois sentei-me, deixei que a água escorresse pelo corpo e que o frio entrasse nos ossos, puxei para mim as memórias e adormeci sem fechar os olhos. Já não fazia sentido procurar certezas, as pernas diziam-mo e os braços provavam-mo. De vez em quando um relâmpago, um estado de intermitência entre o escuro e o claro. Que importam as certezas quando o corpo está todo vivo?

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