Oito
e meia da manhã. Carrinha à espera. Atravesso a ponte com alguns
desconhecidos. Chego a uma quinta com vacas, galinhas e horta. Briefing às
nove horas no barracão ao fundo. Café. Maquilhagem. Cabeleireiro. Outro
café. Entrada em estúdio às dez horas. Assistente de realização no
centro. Novo briefing. Nove pessoas ensaiam a apresentação. Sorrir dez minutos para a câmara. Colocar a seriedade no rosto mais dez minutos.
Duas
bolachas por baixo dos pés. Altura feita. Do lado direito, o Ricardo do
Porto, do lado esquerdo, o Rodolfo de Lisboa. Bem acompanhada.
Apresentador no meio do grupo. Primeira ronda. Desgraça. Sai o
apresentador. Pouco dinheiro acumulado. Rimos. Votamos. Percebe-se quem
vai sair. Regresso do apresentador. Insulto generoso. Perguntas
incómodas e explicações pouco convincentes.
Segunda
ronda. Banca. Nova votação. Luz intensa. Calor. Doem as pernas. Empate.
Mais um insulto generoso. Rimos. Sentámos no chão. Ninguém se lembra
das perguntas feitas há dois minutos. Os que saíram estão à espera lá
fora. Mais um empate. Câmara em frente e resposta pronta à pergunta
feita. Rapidez e cara séria. Mais duas rondas. Estão cinco pessoas.
Expulsão. Desço o degrau com cuidado, pela direita. Percorrido o caminho
marcado. Encaminham-me. Atravesso o pátio. Novo estúdio. Duas
perguntas, duas respostas. Respiro fundo. Encontro os companheiros numa
sala pequena. Vêem pela televisão sem som. Todos esperam pelos que vão
saindo.
Festa
ao vencedor. Almoço em conjunto. Apresentador por perto e a simpatia de
um cumprimento. Três horas da tarde. A cabeça começa a doer. Regresso a
Lisboa. A frustração pelas perguntas que não podia ter errado.
Exigência? Por este motivo não, mulher. O contentamento por ter
percebido tempos e espaços. A satisfação pelas pessoas que conheci e
toda a experiência posta numa certeza: voltarei.
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